A importância de Jesus ser plenamente homem e plenamente Deus está no fato de que a redenção da humanidade depende dessas duas naturezas unidas em uma só pessoa. Se Jesus não fosse plenamente Deus, Ele não poderia prover uma salvação perfeita e infinita; se não fosse plenamente homem, Ele não poderia representar a humanidade e morrer em nosso lugar. Essa doutrina, conhecida como união hipostática, é central na cristologia e essencial para a compreensão do Evangelho.
1. Jesus como Plenamente Homem
Para que Jesus pudesse ser nosso Redentor, era necessário que Ele compartilhasse plenamente da nossa humanidade. A Escritura ensina que Ele assumiu carne e sangue para cumprir essa missão:
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14).
"Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hebreus 2:17).
Motivos pelos quais Jesus precisava ser plenamente homem:
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Para ser nosso representante diante de DeusAssim como Adão foi o representante da humanidade e trouxe o pecado ao mundo (Romanos 5:12), Cristo veio como o "segundo Adão" (1 Coríntios 15:45) para redimir aquilo que foi perdido. Se Ele não fosse humano, não poderia agir como substituto dos pecadores.
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Para obedecer perfeitamente à Lei de DeusA Lei de Deus exige perfeição, e somente um ser humano perfeito poderia cumpri-la em nosso lugar. Jesus viveu uma vida sem pecado e cumpriu toda a justiça (Mateus 5:17).
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Para sofrer e morrer pelos nossos pecadosComo Deus, Jesus não poderia morrer, pois Deus é imortal. Mas ao assumir a natureza humana, Ele pôde sofrer, experimentar a morte e pagar o preço pelo pecado (Filipenses 2:8; Hebreus 9:26).
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Para ser um sumo sacerdote misericordiosoJesus, ao viver como um ser humano, experimentou nossas fraquezas, dores e tentações, tornando-se um sumo sacerdote que pode se compadecer de nós (Hebreus 4:15).
2. Jesus como Plenamente Deus
Ao mesmo tempo, Jesus precisava ser plenamente Deus para que Sua obra redentora fosse eficaz e suficiente para salvar a humanidade. A Bíblia afirma claramente a divindade de Cristo:
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (João 1:1).
"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Colossenses 2:9).
Motivos pelos quais Jesus precisava ser plenamente Deus:
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Para que Seu sacrifício tivesse valor infinitoSe Jesus fosse apenas um homem perfeito, Sua morte poderia salvar apenas uma pessoa. Mas porque Ele é Deus, Seu sacrifício tem valor infinito, suficiente para salvar todos os que creem Nele (Hebreus 9:12-14).
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Para vencer o pecado e a morteNenhum mero homem poderia derrotar o poder do pecado e da morte. Somente Deus tem esse poder, e Cristo demonstrou isso em Sua ressurreição (1 Coríntios 15:55-57).
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Para ser o objeto legítimo da nossa fé e adoraçãoSe Jesus fosse apenas um homem, adorá-lo seria idolatria. Mas como Ele é Deus, é correto e necessário que O adoremos (Filipenses 2:9-11).
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Para nos revelar plenamente o PaiSomente Deus pode revelar Deus. Jesus disse: "Quem me vê a mim vê o Pai" (João 14:9). Como Deus encarnado, Ele nos mostra quem Deus é de maneira perfeita.
3. A União das Duas Naturezas: A União Hipostática
A doutrina da união hipostática ensina que Jesus é 100% Deus e 100% homem ao mesmo tempo, sem que Sua natureza divina se misture ou se altere por causa da humana. Isso é um mistério, mas é claramente ensinado nas Escrituras:
"Pois há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1 Timóteo 2:5).
O Concílio de Calcedônia (451 d.C.) definiu essa doutrina afirmando que Cristo tem "duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão e sem separação".
4. Aplicação para Nossa Vida
A plena humanidade e divindade de Jesus impactam diretamente nossa vida cristã:
- Temos segurança na salvação, pois foi Deus quem pagou por nossos pecados e Seu sacrifício é perfeito.
- Podemos nos aproximar Dele com confiança, pois Ele entende nossas fraquezas e nos ajuda em nossas lutas.
- Temos um modelo perfeito de vida, pois Jesus viveu como um ser humano em santidade.
- Temos esperança na ressurreição, pois Ele venceu a morte e prometeu que também seremos ressuscitados.
Pb. Evandro Marinho
Referências Bibliográficas
- Bailey, Mark L., and Tom L. Constable. Nelson’s New Testament Survey. Thomas Nelson, 1999.
- Berding, Kenneth, and Matt Williams. What the New Testament Authors Really Cared About: A Survey of Their Writings, 2nd Edition. Kregel Publications, 2015.
- Carson, D. A., Douglas J. Moo, and Leon Morris. An Introduction to the New Testament. Vida, 1997.
- Elwell, Walter A., and Robert W. Yarbrough. Encountering the New Testament: A Historical and Theological Survey, 3rd Edition. Baker Academic, 2013.
- Köstenberger, Andreas J., L. Scott Kellum, and Charles L. Quarles. The Cradle, the Cross, and the Crown: An Introduction to the New Testament. B&H Academic, 2009.
- Wright, N. T., and Michael F. Bird. The New Testament in Its World: An Introduction to the History, Literature, and Theology of the First Christians. Zondervan Academic, 2019.
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