“A minha consciência está cativa à Palavra de Deus,” disse Lutero diante da assembleia de autoridades imperiais e católicas na cidade de Worms em 1521, que exigia que ele se retratasse de seus escritos em que questionava a doutrina e autoridade da Igreja Romana.
Lutero e demais reformadores se recusaram a submeter sua consciência à autoridade da Igreja, entendida como uma instituição divina única, estruturada hierarquicamente com o papa como autoridade suprema, e que usava a tradição e o magistério como fonte de autoridade.
Após saírem da igreja católica, os reformados se recusaram a se organizar como uma única igreja protestante, e resolveram fundar suas próprias igrejas em seus países, como a luterana (Alemanha), presbiteriana (Escócia), anglicana (Inglaterra), reformada (Países Baixos), evangélica (Suíça), batistas (Inglaterra e Holanda), congregacionais (Inglaterra e Holanda), etc.
Com o passar do tempo, outras igrejas protestantes surgiram e se organizaram como as igrejas metodistas e as pentecostais. Dentro de cada uma dessas igrejas mencionadas acima, subgrupos apareceram com o tempo, como presbiterianos renovados, metodistas wesleyanos, etc.
Apesar da enorme variedade de denominações, os protestantes estão unidos por laços de fé, doutrina e prática: a Bíblia é a única regra de fé e prática, a Trindade, a divindade e humanidade Cristo, sua morte substitutiva na cruz, sua ressurreição literal dos mortos, a salvação pela fé, sem as obras, a presença do Espírito na igreja, a segunda vinda de Cristo, céu e inferno, o juízo final. E isso sem que tenhamos uma autoridade central que interprete a Bíblia "autoritativamente" para nós e nos diga que essas doutrinas são o coração da fé cristã.
A unidade dos protestantes, reformados, evangélicos não é organizacional, institucional, estrutural. Não temo um papa. Não existe um órgão que represente os evangélicos no mundo. Nossa união e unidade é espiritual, de fé e crença, de doutrina e prática. Somos irmãos em Cristo.
Em qualquer parte do mundo você pode encontrar igrejas evangélicas que creem a mesma coisa que você quanto a esses pontos centrais. Nossas diferenças óbvias não atingem o centro da fé cristã: organização da igreja, forma de batismo, dons espirituais, ministério feminino são consideradas questões importantes, mas não cruciais ou essenciais para a salvação.
Se a aparente fragmentação institucional das igrejas evangélicas é o preço a ser pago para se ter uma consciência livre e submissa à autoridade do Espírito falando nas Escrituras, fazemos isso com gratidão diante de Deus.
“Todos vós sois um em Cristo Jesus” – Gálatas 3.28
Por Augustus Nicodemos
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