quarta-feira, 10 de abril de 2024

Porque os evangélicos falam mal de Maria, se ela é a mãe de Deus? | Augustus Nicodemus

Em primeiro lugar, respondo que os verdadeiros cristãos não falam mal de Maria. Conforme a Bíblia, ela foi uma mulher muito especial, cheia de fé e disposta a servir a Deus, quando a isto convocada. Ela foi a mãe de Jesus. Nenhum cristão, que conhece bem sua Bíblia, falaria mal de Maria, nossa irmã. Em segundo lugar, relembramos que os evangélicos, por sua vez, não atribuem a Maria o que a Igreja Católica atribui, o que inclui os seguintes dogmas:

1. A imaculada conceição de Maria, dogma promulgado pelo Papa Pio IX, decreta que, para ser mãe do Salvador que não tinha pecado, Maria mesma teria que ser isenta de pecado. Essa é uma ideia que contraria Rm 3.23, 24, que ensina a pecaminosidade de toda a raça humana, sem exceção, a não ser Jesus Cristo. 

2. A virgindade perpétua de Maria foi definida pelo Concílio Constantinopla II em 553. Esta doutrina ensina que a mãe de Jesus foi virgem antes, durante, depois do parto, e continuou a sê-lo durante sua vida de casada, de esposa e mãe. A insistência católico-romana na virgindade perpétua de Maria visa justificar o celibato dos seus sacerdotes e freiras. A Bíblia, no entanto, fala diferentemente: chama a Jesus de seu filho “primogênito” e não de “unigênito” . Grávida virgem, deu à luz virgem, porém Mateus 1.25 ensina que após o nascimento (e a purificação subsequente), passou a ter vida matrimonial perfeita e absolutamente normal: “... e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de Jesus”. (Mt 1.25). Os nomes de outros filhos de Maria com seu marido são Tiago, José, Simão e Judas, além das irmãs não nomeadas (cf. Mc 6. 3). 

3. A doutrina da co-redenção de Maria. Partindo do fato que Maria estava junto à cruz do Calvário, a Igreja Católica declara que ela foi e é “sócia na obra da salvação”. Esta idéia absurda contraria frontalmente textos bíblicos como: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). E ainda: “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em quem devamos ser salvos” (At 4. 10-12).

4. A doutrina da Assunção diz que Maria, após a morte, teria sido levada corporalmente para o céu, dogma que foi promulgado em 1950 pelo Papa Pio XII. Nenhum ensino bíblico há sobre isso.

5. Maria, “Mãe de Deus” foi um dogma definido no Concílio de Éfeso em 431, e baseado na idéia de que a sua maternidade diz respeito à pessoa inteira de Jesus. Portanto, se Jesus é homem e é Deus, Maria é mãe do homem Jesus e Mãe de Deus (?!) Porém, em lugar algum, o Novo Testamento a chama “Mãe de Deus”. É mãe, sim, do filho de Deus. Nem “Mãe da Igreja”. São ensinos estranhos ao evangelho. 

A Igreja Católica ainda promove o culto e a adoração a Maria, que em alguns lugares é maior do que o culto a Jesus Cristo. Os cristãos protestantes e reformados não podem concordar com nada disto porque seguem apenas o que a Bíblia diz. E a Bíblia não dá base para nenhum destes dogmas da Igreja Católica. Para os protestantes, Maria foi uma crente fiel, que obedeceu ao mandato de Deus, e por isto merece nossa admiração e seu exemplo deve ser imitado. Mas, somente isto, nada mais.

Augustus Nicodemus

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