[A glória de Deus é o fim supremo do governo moral de Deus em ira e misericórdia]
As
Escrituras nos levam a supor que a glória de Deus é o seu fim último no
governo moral do mundo em geral. Esse fato foi demonstrado anteriormente
em relação a várias coisas que dizem respeito ao governo moral de Deus
no mundo, particularmente na obra de redenção, a maior de todas as
dispensações no governo moral do mundo. Também o observei, em relação ao
dever que Deus determina para os súditos desse governo moral, ao exigir
que busquem a glória divina como o seu fim último. Esse é, na verdade, o
fim último da bondade moral que lhes é requerida, o fim que confere à
sua bondade moral o valor principal. E, também, é o que a pessoa que
Deus colocou como cabeça do mundo moral, como o seu principal
governante, ou seja, Jesus Cristo, busca como o seu fim maior. Foi
mostrado, ainda, que é o fim maior dessa parte do mundo moral onde os
agentes bons são criados ou têm sua existência como tal.
Devo observar agora que esse é o fim para o qual foram estabelecidas a adoração pública e as ordenações de Deus à humanidade.
Ageu 1.8:
"Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e
serei glorificado, diz o SENHOR". A glória de Deus é referida como o fim
para o qual Deus fez e cumpriu suas promessas de recompensa.
2 Coríntios 1.20: "Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus".
2 Coríntios 1.20: "Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus".
É referida
também como o fim da execução das ameaças de Deus de castigar o pecado.
Números 14.20,21,22,23. "Segundo a tua palavra, eu lhe perdoei. Porém,
tão certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória do
SENHOR". A glória do Senhor é citada claramente nessa passagem como o
objeto de sua deferência, como o seu fim transcendente e último, no
qual, portanto, não poderia falhar; devendo, antes, ser cumprido em todo
lugar, em todos os casos e em todas as partes do seu domínio, a
despeito do que sucedesse aos homens. E, em qualquer mitigação dos
julgamentos merecidos, em qualquer mudança feita no curso da ação divina
em decorrência de sua compaixão pelos pecadores, o fim visado sempre
foi a glória de Deus que, no seu caráter supremo e último, não deve em
momento algum dar lugar a qualquer coisa.
É dito que
esse é o fim visado por Deus ao executar os julgamentos sobre seus
inimigos neste mundo. Êxodo 14.17,18: "serei glorificado em Faraó e em
todo o seu exército", etc; Ezequiel 28.22: "Assim diz o SENHOR Deus:
Eis-me contra ti, ó Sidom, e serei glorificado no meio de ti; saberão
que eu sou o SENHOR, quando nela executar juízos e nela me santificar". E
também Ezequiel 39.13: "Sim, todo o povo da terra os sepultará;
ser-lhes-á memorável o dia em que eu for glorificado, diz o SENHOR
Deus".
É dito
também que esse é o fim tanto das execuções da ira quanto dos exercícios
gloriosos de misericórdia, na infelicidade e na felicidade em outro
mundo. Romanos 9.22,23: "Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a
sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade
os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a
conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para
glória preparou de antemão". E é dito que esse é o fim visado no dia do
julgamento, o momento determinado para os maiores exercícios da
autoridade de Deus como Governante moral do mundo e, por assim dizer, o
dia da consumação do governo moral de Deus, em relação a todos os seus
súditos no céu, na terra e no inferno. 2 Tessalonicenses 1.9,10: "Estes
sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da
glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e
ser admirado em todos os que creram, naquele dia". Então, a sua glória
será obtida de santos e pecadores. Tomando essas coisas por base, fica
claro, de acordo com a quarta proposição, que a glória de Deus é o fim
supremo da criação do mundo.
Por: Jonathan Edwards
Por: Jonathan Edwards
Fonte: Liga Calvinista
Nenhum comentário:
Postar um comentário