sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A glória de Deus é o fim supremo do governo moral de Deus em ira e misericórdia | Jonathan Edwards

[A glória de Deus é o fim supremo do governo moral de Deus em ira e misericórdia]


As Escrituras nos levam a supor que a glória de Deus é o seu fim último no governo moral do mundo em geral. Esse fato foi demonstrado anteriormente em relação a várias coisas que dizem respeito ao governo moral de Deus no mundo, particularmente na obra de redenção, a maior de todas as dispensações no governo moral do mundo. Também o observei, em relação ao dever que Deus determina para os súditos desse governo moral, ao exigir que busquem a glória divina como o seu fim último. Esse é, na verdade, o fim último da bondade moral que lhes é requerida, o fim que confere à sua bondade moral o valor principal. E, também, é o que a pessoa que Deus colocou como cabeça do mundo moral, como o seu principal governante, ou seja, Jesus Cristo, busca como o seu fim maior. Foi mostrado, ainda, que é o fim maior dessa parte do mundo moral onde os agentes bons são criados ou têm sua existência como tal.


Devo observar agora que esse é o fim para o qual foram estabelecidas a adoração pública e as ordenações de Deus à humanidade.


Ageu 1.8: "Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o SENHOR". A glória de Deus é referida como o fim para o qual Deus fez e cumpriu suas promessas de recompensa. 

2 Coríntios 1.20: "Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus".


É referida também como o fim da execução das ameaças de Deus de castigar o pecado. Números 14.20,21,22,23. "Segundo a tua palavra, eu lhe perdoei. Porém, tão certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória do SENHOR". A glória do Senhor é citada claramente nessa passagem como o objeto de sua deferência, como o seu fim transcendente e último, no qual, portanto, não poderia falhar; devendo, antes, ser cumprido em todo lugar, em todos os casos e em todas as partes do seu domínio, a despeito do que sucedesse aos homens. E, em qualquer mitigação dos julgamentos merecidos, em qualquer mudança feita no curso da ação divina em decorrência de sua compaixão pelos pecadores, o fim visado sempre foi a glória de Deus que, no seu caráter supremo e último, não deve em momento algum dar lugar a qualquer coisa.


É dito que esse é o fim visado por Deus ao executar os julgamentos sobre seus inimigos neste mundo. Êxodo 14.17,18: "serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército", etc; Ezequiel 28.22: "Assim diz o SENHOR Deus: Eis-me contra ti, ó Sidom, e serei glorificado no meio de ti; saberão que eu sou o SENHOR, quando nela executar juízos e nela me santificar". E também Ezequiel 39.13: "Sim, todo o povo da terra os sepultará; ser-lhes-á memorável o dia em que eu for glorificado, diz o SENHOR Deus".


É dito também que esse é o fim tanto das execuções da ira quanto dos exercícios gloriosos de misericórdia, na infelicidade e na felicidade em outro mundo. Romanos 9.22,23: "Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão". E é dito que esse é o fim visado no dia do julgamento, o momento determinado para os maiores exercícios da autoridade de Deus como Governante moral do mundo e, por assim dizer, o dia da consumação do governo moral de Deus, em relação a todos os seus súditos no céu, na terra e no inferno. 2 Tessalonicenses 1.9,10: "Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia". Então, a sua glória será obtida de santos e pecadores. Tomando essas coisas por base, fica claro, de acordo com a quarta proposição, que a glória de Deus é o fim supremo da criação do mundo.

Por: Jonathan Edwards

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