sábado, 11 de maio de 2024

REFLETINDO SOBRE AS CALAMIDADES

Leia o Salmo 90 antes de ler essa reflexão.

O Salmo 90, atribuído a Moisés, o homem de Deus, foi escrito durante os 40 anos no deserto. Este salmo era entoado pelo povo nas reuniões da assembleia no deserto, um momento de culto coletivo a Deus.

No salmo, Moisés se consola inicialmente refletindo sobre a eternidade de Deus. Ele declara que Deus tem sido o refúgio para seu povo, desde Abraão até aquele presente momento, uma realidade possível apenas porque Deus é eterno. Ele existia antes da fundação do mundo e continuaria a ser o refúgio para as futuras gerações.

No entanto, Moisés também se humilha ao considerar a fragilidade humana, uma reflexão provocada pela dureza do coração do povo de Israel, que resultou em sua peregrinação de 40 anos no deserto como castigo. Eles não receberiam a terra prometida naquela geração, e Moisés, ao testemunhar a morte de muitos durante esse período, contempla a brevidade da existência humana comparada à eternidade de Deus. Ele menciona que o homem é como o pó, de onde veio e para onde retornará, e compara a vida humana a um breve sono ou a relva que nasce e logo seca.

Em uma expressão de submissão, Moisés reconhece a justa sentença de Deus sobre ele e o povo de Israel, admitindo a ira divina como resposta aos pecados do povo. Ele descreve a vida efêmera de seus contemporâneos, que mesmo alcançando 70 anos, enfrentam a velhice com canseira.

Apesar dessa dura realidade, Moisés faz súplicas pela misericórdia e favor de Deus, pedindo que Deus ensine ao povo a contar seus dias para que possam ganhar um coração sábio, que volte a olhar para eles com compaixão, os alimente com amor e os alegre proporcionalmente ao tempo que foram afligidos. Ele clama por uma visão da glória de Deus e pelo sucesso em suas empreitadas sob as bênçãos divinas.

As aplicações desse salmo são profundas e atemporais. A humanidade, desde o pecado de Adão e Eva, vive sob a ira de Deus. As consequências do pecado original permeiam profundamente nossa existência, manifestando-se em calamidades, doenças e outras aflições, e culminando no juízo eterno do inferno. No entanto, a misericórdia de Deus é evidente, pois Ele escolheu salvar um povo da condenação eterna, transformando seus juízos temporais em correção e disciplina. Para a igreja, as calamidades deste mundo não são mais um castigo, mas uma forma de disciplina divina, chamando-nos à reflexão sobre nossa fraqueza e pecado e a nos humilhar diante Dele, revelando Seu amor e perdão através de Cristo Jesus.

Pr. Augustus Nicodemus

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