quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

MARIA | Augustus Nicodemus

Dogmas Católicos sobre Maria

Os dogmas católicos são fundamentais para entender o papel de Maria no cristianismo. Em 1854, o Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição através da bula "Ineffabilis Deus", afirmando que Maria foi concebida sem o pecado original. Em 1950, o Papa Pio XII definiu o dogma da Assunção de Maria em "Munificentissimus Deus", declarando que Maria foi elevada ao céu em corpo e alma. Além disso, o Concílio de Éfeso em 431 estabeleceu Maria como "Theotokos", ou "Mãe de Deus", um título que enfatiza a natureza divina de Jesus Cristo, mas que foi usado para elevar Maria acima dos demais seres humanos.

Maria no catolicismo romano

Maria ocupa um lugar de grande importância. Ela é frequentemente referida como a "Rainha do Céu" e "Mediadora de todas as graças". A veneração a Maria é expressa por meio de orações, como a Ave-Maria e o Rosário, e em várias festas litúrgicas dedicadas a ela. Esta veneração é baseada na crença de que, como mãe de Jesus, Maria possui uma intercessão especial junto a Deus. As igrejas reformadas, obviamente, rejeitam essa conceituação que nega o ensino bíblico claro que somente Jesus Cristo é mediador entre Deus e os homens.

Adoração e Veneração

A veneração de Maria varia significativamente entre diferentes tradições cristãs. Enquanto a Igreja Católica Romana e a Ortodoxa enfatizam fortemente sua veneração, as igrejas reformadas repudiam essa forma de idolatria, que desvia a atenção da adoração devida exclusivamente a Deus. Mesmo que o culto a Maria seja chamado de hiperdulia, ao final não há distinção prática de latria, o culto devido a Deus. E em que pese as exortações do magistério católico para que os católicos não adorem Maria como fazem a Deus, no fim Maria acaba sendo adorada mesmo.

Manifestações de Maria ao Longo da História

Há relatos de várias aparições de Maria ao longo da história. Por exemplo, a Virgem de Guadalupe no México, Nossa Senhora Aparecida no Brasil e Nossa Senhora de Fátima em Portugal são veneradas como manifestações milagrosas de Maria. Estas aparições frequentemente levam à criação de santuários e peregrinações. Reformados, naturalmente, rejeitam a veracidade e a genuinidade dessas aparições e as consideram como invenções humanas para não dizer que são manifestações daquele que se transfigura em anjo de Deus.

Perspectiva Reformada

Entre os reformados, Maria é respeitada como a mãe de Jesus, mas as práticas de veneração e as doutrinas católicas como a Imaculada Conceição e a Assunção são sumariamente rejeitadas. A ênfase é dada à sua humanidade e ao seu papel como uma serva obediente de Deus, conforme retratado na Bíblia. Os reformados argumentam que a Bíblia não apoia a ideia de Maria como mediadora ou co-redentora.

Além disso, a distinção entre veneração e adoração é uma mera estratégia para justificar a adoração a Maria e aos santos pelos católicos em todo o mundo, que na prática não conseguem fazer a diferença e acabam orando a Maria, como se ela fosse Deus.

Argumentos Teológicos

Há debates teológicos intensos sobre Maria. Por exemplo, o título "Mãe de Deus" é interpretado de maneira diferente entre católicos e reformados. Enquanto católicos o veem como uma afirmação da plena divindade de Cristo, protestantes frequentemente o interpretam como uma potencial sobrevalorização da humanidade de Maria, potencialmente obscurecendo a distinção entre o criador e a criatura.

Em suma, do ponto de vista reformado, muitas das crenças e práticas do catolicismo relacionadas a Maria não têm fundamentação bíblica. A Bíblia descreve Maria como a mãe de Jesus, mas não apoia as doutrinas e práticas católicas sobre ela.

#SoliDeoGlória

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