Neste estudo, Paulo aborda junto aos coríntios a coleta de recursos que em breve será realizada em benefício dos crentes necessitados em Jerusalém, com a participação das igrejas gentílicas.
Paulo havia elogiado a generosidade dos crentes da Macedônia, que deram além de suas possibilidades (8:1-7). Ele usou esse exemplo de amor como um desafio aos coríntios para que também demonstrassem seu amor por meio de contribuições (8:8-15). Paulo também enfatizou a importância da gestão transparente desses fundos, a fim de evitar qualquer suspeita de desvio de recursos para benefício pessoal (8:16-24).
Agora, encontramos o apóstolo expressando sua preocupação quanto à possibilidade de os coríntios não corresponderem às expectativas em relação à generosidade e zelo que ele havia elogiado diante dos macedônios. Isso poderia trazer vergonha tanto para a Igreja de Corinto quanto para o próprio Paulo. Portanto, ele decide enviar uma comitiva preparatória para garantir que a oferta dos coríntios seja verdadeiramente uma expressão de generosidade, não avareza.
Este texto nos oferece algumas orientações fundamentais sobre a coleta de recursos:
1. Em geral, as igrejas não deveriam necessitar de orientações constantes sobre contribuições. Paulo considerava desnecessário elaborar um tratado extenso sobre o assunto para os crentes de Corinto (9:1). Ele já havia mencionado a coleta em sua Primeira Carta (1 Coríntios 16:1-14), e a necessidade dos crentes em Jerusalém era conhecida por todos (Atos 11:29). Além disso, Paulo tinha conhecimento da prontidão dos coríntios em contribuir (2 Coríntios 9:2). É importante notar que falar excessivamente sobre contribuições pode criar impressões erradas sobre as motivações envolvidas.
2. Pelo contrário, o zelo de cada igreja em contribuir deveria servir de estímulo para as outras (2 Coríntios 9:2). A generosa contribuição dos macedônios serviu como um desafio para os coríntios (8:1-7), enquanto a prontidão e zelo dos coríntios estimularam muitos macedônios a contribuir para os crentes necessitados em Jerusalém (9:2). Devemos ser desafiados e inspirados pelo exemplo da igreja primitiva, que se destacou em ajudar os necessitados e apoiar missões.
3. Às vezes, é necessário despertar as igrejas para a contribuição (2 Coríntios 9:3-5). Mesmo que Paulo soubesse que não precisava escrever extensamente sobre o assunto para os coríntios (9:1) e conhecesse sua prontidão em contribuir (9:2), ele decidiu enviar uma comissão preparatória para garantir que a oferta fosse feita de forma adequada. Isso se deve ao fato de que as igrejas podem decepcionar as expectativas, dando de maneira mesquinha (9:3), ou, pior ainda, trazer vergonha sobre si mesmas (9:4) ao não demonstrar amor e generosidade. Nesse sentido, é essencial que as contribuições reflitam generosidade genuína.
4. Em conclusão, este texto nos incentiva a examinar nossos corações. Somos exemplos de contribuintes generosos? Nosso zelo por missões e boas obras tem inspirado outros? Nossas contribuições têm sido expressões de generosidade ou mesquinhez? Além disso, somos desafiados a contribuir generosamente, considerando as expectativas das outras igrejas e o conhecimento que já temos sobre a importância das contribuições.
Que nossas ofertas para o evangelismo, misericórdia e outras áreas do Reino de Deus sejam verdadeiras expressões de nosso amor abundante por Jesus Cristo e pelos nossos irmãos.
Rev. Augustus Nicodemus
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