Jeremias 18.1-6 é um dos textos mais sugestivos da Bíblia. O profeta é chamado não para pregar um sermão, mas para fazer o sermão. Ele desce à casa do oleiro para ver como este molda o barro informe e faz dele um vaso belo, útil e precioso. Esse importante relato nos ensina grandiosas lições espirituais. Vejamo-las.
1. O oleiro dá forma ao vaso – O
oleiro apanha o barro informe e amorfo e dá a ele uma forma única e singular.
Nós somos como o barro. Se abandonados à nossa própria sorte, somos como barro
sem vida e sem forma. Deus é o oleiro que toma esse barro, trabalha nele e o
molda segundo o seu querer. O barro é totalmente passivo nas mãos do oleiro.
Ele recebe a forma que o oleiro quer. O oleiro é soberano em fazer do barro o
que lhe apraz. Foi Deus quem nos criou e nos deu forma. Ele é quem nos molda
segundo o seu querer e para os propósitos soberanos da sua vontade. O barro não
pode rebelar-se contra o oleiro nem fazer sua própria vontade. Cabe-lhe
sujeitar-se humildemente ao propósito do oleiro.
2. O oleiro dá beleza ao vaso – O
oleiro não apenas dá forma ao vaso, mas também beleza. A peça de barro é
modelada, desenhada, pintada, levada ao forno e vitrificada. É um dos itens
mais funcionais que existem e, também, um dos mais belos. Nós somos feitura de
Deus. Somos o seu poema mais belo, a menina dos seus olhos, a sua herança e a
sua delícia. Deus não apenas nos criou, mas também está nos modelando e nos
transformando na imagem de Cristo. Deus está trabalhando em nós e nos refinando
até que a beleza de Cristo seja vista em nós. Nós somos o santuário da
habitação de Deus. A glória de Deus está neste santuário. As digitais de Deus e
a beleza divina estão estampadas neste vaso. A glória do vaso não está em seu
material. Ele é de barro, mas o que tem dentro deste vaso é que lhe dá beleza e
valor. O apóstolo Paulo escreve: "Temos, porém, este tesouro em vasos de
barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (2Co
4.7).
3. O oleiro dá utilidade ao vaso –
Normalmente, fazemos distinção entre o que é útil e o que é belo; entre o
necessário e o elegante. Um vaso é sempre útil. Ele é moldado para ser usado
com um propósito. Nós somos salvos para sermos vasos de honra. Um vaso para ser
útil precisa estar limpo e sem rachaduras. Um vaso é usado para ornamentar e
para transportar algum conteúdo. Como vasos de honra, refletimos a glória do
nosso Deus e transportamos um senso real da sua presença. Assim como cada vaso
é uma obra de arte singular, somos também obras primas do criador. Não há ser
humano que não seja útil e que não tenha o seu papel dentro do propósito divino.
Não há ser humano que não seja único, dotado de linhas, cores e formas,
totalmente distintas de qualquer outro. Deus não faz vasos em série. Cada vaso
é singular.
4. O oleiro faz de novo o vaso
estragado – O oleiro não jogou fora o vaso que se lhe estragou na mão. Ele fez
dele um outro vaso, um vaso novo conforme sua vontade. Deus amassa e pressiona,
estica e comprime o barro. O trabalho do oleiro é reiniciado hábil e
pacientemente. Deus não joga fora o vaso que foi danificado. "Não poderei
eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel?" (Jr 18.6). Deus
não desiste de nós. Ele nos dá uma segunda chance e nos oferece a oportunidade
de recomeçar uma nova caminhada. Esse processo não é indolor, mas seu resultado
é glorioso. Deus quebra o vaso e faz dele um vaso novo. Deus amolece o barro,
amassa-o, molda-o e depois o leva ao fogo. Então, depois desse processo,
renasce um vaso belo, útil e precioso, um vaso de honra!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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