Referência: Neemias 9.16-37
INTRODUÇÃO
1. Esta oração dos levitas é uma síntese da
história do povo de Israel, desde sua origem com a eleição de Abraão até a
restauração dos muros de Jerusalém.
2. Esta oração é uma confissão da glória e da
graça de Deus e da ingratidão do homem.
3. Esta oração é resultado da leitura, exposição
e aplicação da Palavra de Deus, durante 21 dias.
4. Quem não aprende com a história está fadado a
repetir os seus erros. Em 1 Coríntios 10:1-13, Paulo faz esse mesmo relato e
diz: “Estas cousas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para
advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado”.
5. Patrick Henry atestou a importância da
história, dizendo: “Não tenho luz para iluminar o caminho do futuro salvo
aquela que está sobre meus ombros vinda do passado”.
6. Este texto pode ser dividido em três partes: a
bondade de Deus e a ingratidão do povo; a disciplina de Deus e a inconstância
do povo; a justiça de Deus e um clamor pela misericórdia.
I. A BONDADE DE DEUS E A INGRATIDÃO DO POVO – v.
16-25
1. A Bondade de Deus
a) O cuidado de Deus é baseado em quem Deus é e
não em quem nós somos (v. 17) – Se Deus nos tratasse como merecemos
estaríamos desamparados. Suas misericórdias são a causa de não sermos
consumidos. Somos poupados porque Deus é perdoador, clemente e
misericordioso, tardio em irar-se e grande em bondade (v. 17b,19).
b) A direção de Deus na vida do seu povo é fruto
da sua imensa misericórdia (v. 19) – O povo foi rebelde o todo tempo na
peregrinação do deserto. Eles murmuraram. Eles blasfemaram. Eles fizeram
ídolos e os adoraram. Eles cometeram toda sorte de devassidão. Mas, por causa
da multidão das misericórdias divinas, não faltou ao povo direção: a coluna
de nuvem e a coluna de fogo.
c) A bondade de Deus revela-se na provisão
espiritual (v. 20) – Deus lhes concedeu o Espírito Santo para os ensinar.
Deus lhes deu a si mesmo. Deus mesmo os ensinou. Não os deixou na ignorância,
nas trevas.
d) A bondade de Deus revela-se na provisão
material (v. 20b,21) – Deus deu maná, água, vestes, calcaçados. Isso durante
quarenta anos. Nada lhes faltou, exceto a gratidão.
e) A bondade de Deus revela-se na família (v. 23)
– Os filhos são herança de Deus. Eles são flechas nas mãos do guerreiro. Eles
são símbolo da bênção de Deus. Eles tiveram filhos que saíram do cativeiro e
entraram na terra da promessa. Seus filhos foram libertos, e foram
vitoriosos.
f) A bondade de Deus revela-se na herança
imerecida (v. 22,24,25) – Deus exerceu o seu juízo sobre as nações ímpias que
viviam naquela terra e deu essa terra aos filhos de Israel. Eles não
conquistaram, eles receberam por herança. Foi graça. Herdamos o céu por
herança. É graça!
2. A Ingratidão do Povo
a) Desobediência ostensiva à Palavra de Deus (v.
16) – Diante das bênçãos especiais de Deus descritas em Neemias 9:1-15, o
povo reage com soberba, dura cerviz e desobediência ostensiva à Palavra de
Deus. Deus lhes havia dado libertação do cativeiro, livramento do inimigo,
direção no deserto e Palavra do céu, mas o povo desprezou a Deus e à sua
Palavra.
b) Deliberado esquecimento dos milagres de Deus
(v. 17) – Eles responderam as milagrosas maravilhas de Deus com total
descaso. Eles se esqueceram dos milagres que lhes fizera. A ingratidão fere o
coração de Deus. Não reconhecer os milagres de Deus na nossa vida é um grande
pecado. “Nada lhes faltou (v. 21), mas nada lhes inspirou gratidão (v. 17).
c) Saudade do passado de escravidão (v. 17) –
Eles se cansaram de Deus. Eles ficaram enfadados de Deus. Cansaram de ser um
povo santo. Eles se rebelaram e buscaram um líder espúrio para reconduzi-los
à terra da servidão. No coração eles voltaram ao Egito. Eles saíram do Egito,
mas o Egito não saiu deles. Eles carregam o Egito no coração. Muitos estão na
igreja, mas o coração está no mundo. Têm saudade de seus pecados.
d) A apostasia da adoração (v. 18) – Trocaram
Deus por um ídolo feito por suas próprias mãos. A idolatria é um pecado que
ofende a santidade de Deus. A idolatria despreza a Deus. Ela torna as pessoas
obtusas (Sl 115:4-8). Os idólatras não entram no reino de Deus (Ap 21:8). Não
podemos colocar ninguém no lugar de Deus. Exemplo: O Papa (usurpa o lugar de
Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo).
II. A DISCIPLINA DE DEUS E A INCONSTÂNCIA DO POVO
– v. 26-31
1. A Inconstância do Povo
a) Rejeição de Deus, da mensagem e do mensageiro
(v. 26)
Quando o homem rejeita a Deus, também rejeita a
sua Palavra e quando rejeita a Palavra, rejeita o mensageiro. Eles se
revoltaram contra Deus, viraram as costas à lei e mataram os profetas. Isaías
foi serrado ao meio. Jeremias foi preso e jogado numa cova.
Hoje muitos rejeitam a Deus e sua mensagem:
quando negam a sua veracidade – liberalismo.
Outros rejeitam a Deus e a sua mensagem: quando
negam a sua suficiência – misticismo pragmático.
b) Uma volta para Deus superficial e utilitária
(v. 27,28)
Eles queriam se livras das consequências de seus
pecados e não de seus pecados.
Eles buscavam a Deus não por causa de Deus, mas
para serem livres da aflição. Deus era apenas um instrumento para satisfazer
a sua vontade e não o prazer e deleite da sua alma.
A volta para Deus era algo raso, superficial, com
motivação humanista e antropocêntrica.
Eles só buscavam a Deus na hora do aperto. Mas
esqueciam-se de Deus na hora da fartura.
2. A disciplina de Deus
a) Quem não obedece a Palavra, é disciplinado por
Deus (v. 27,28,30)
Quem não escuta a voz do amor, experimenta a dor
da vara da disciplina. Somos guiados pela Bíblia ou pela chibata. Israel foi
entregue nas mãos da Assíria, da Babilônia. Agora, estão sendo dominados pelo
Reino Medo-Persa.
Foi Deus quem os entregou. Eles foram derrotados
pelos seus pecados e não pela força do adversário.
Até mesmo a disciplina foi um ato do amor
responsável de Deus pelo seu povo.
b) Quem se volta para Deus arrependido, sempre é
perdoado (v. 27,28,30,31)
Na hora da angústia, quando o povo clamava ao
Senhor, ele os ouvia, os perdoava e enviava-lhes um libertador (v. 27).
Deus, pelas suas misericórdias, livrou o povo
muitas vezes (v. 28).
Os levitas disseram que Deus é perdoador,
clemente e misericordioso, tardio em irar-se e grande em bondade (v. 17).
Deus aturou o seu povo por muitos anos (v. 30).
Deus não acabou com o povo e o preservou por
causa da sua misericórdia (v. 31).
III. A JUSTIÇA DE DEUS E O CLAMOR POR
MISERICÓRDIA DO POVO – v. 32-37
1. A justiça de Deus – v. 32,33
Eles reconhecem que Deus tem agido sempre com
justiça (v. 34). Deus entregou o povo de Israel nas mãos de seus inimigos.
Eles foram levados cativos pela Assíria em 722 a.C., e pela Babilônia em 586
a.C. Perderam sua terra, seu templo, suas casas, suas famílias, sua
liberdade.
Agora, são escravos em sua própria terra. Eles
não agradeceram a Deus pela herança da terra, agora, eles trabalham na terra,
mas para dar o melhor àqueles que dominam sobre eles.
O pecado produz escravidão. O pecado nos
enfraquece e nos aflige.
2. Um clamor por misericórdia – v. 32-37
a) O reconhecimento tardio de quem é Deus (v.
32-33) – O povo de Israel sabia também que Deus é grande, poderoso, temível,
fiel e justo, mas desafiou a Deus, rebelou-se contra ele, tapou os ouvidos à
sua lei, matou os seus profetas e no coração desprezou ao Senhor. Eles tinham
uma teologia e outra prática. Eles professavam uma fé e viviam em desacordo
com essa fé.
b) O reconhecimento que o pecado se estende aos
líderes políticos e religiosos (v. 34) – Na verdade, o pecado começa com
esses líderes. Nada de ideologia totalitária, nacionalismo doentio ou
triunfalismo religioso. Todos eram culpados do pecado da: soberba (v. 16),
desobediência (v. 17), idolatria (v. 18), assassinato (v. 26), ingratidão
(v.35).
c) O reconhecimento de uma grande ingratidão (v.
35) – Nada lhes faltou (v. 21), exceto a gratidão (v. 35). Deus lhes deu a
terra e fartura, mas eles não serviram a Deus nem se converteram de suas más
obras (v. 35). Agora, estão nessa mesma terra como escravos, debaixo de
grande angústia (v. 37). Sempre que o povo recebia as bênçãos de Deus seu
coração se apartava de Deus. Substituia Deus pelas suas bênçãos.
d) O reconhecimento de uma servidão assoladora
(v. 36-37) – O pecado trouxe escravidão. A escravidão alcançou: 1) A terra;
2) Seus corpos; 3) Seus bens; 4) O fruto de seu trabalho.
e) O reconhecimento acerca da necessidade de um
profundo clamor (v. 32,33,34,37b) – 1) “Não menosprezes toda a aflição que
nos sobreveio” (v. 32); 2) “Pois tu fielmente procedeste, e nós,
perversamente” (v. 33); 3) “Os nossos reis [...] não guardaram a tua lei
[...] (v. 34)”; 4) “Estamos em grande angústia” (v. 37). Só a volta a terra
não basta, se continuarmos oprimidos.
CONCLUSÃO
Algumas lições práticas:
1. O conhecimento das Escrituras provocou o
arrependimento – (baseado nos padrões da lei).
2. O conhecimento das Escrituras provocou uma
nova esperança – (baseado nas promessas da lei). Daniel Webster comentou: “Se
vivermos segundo os princípios ensinados na Bíblia, nosso país continuará a
prosperar, mas se nós e nossa posteridade negligenciarmos sua instrução e
autoridade, nenhum homem poderá dizer quão repentinamente pode uma catástrofe
vencer-nos e enterrar nossa glória na obscuridade profunda”.
3. O conhecimento das Escrituras provocou um
claro entendimento da ação de Deus na história – Deus está ativo na história
do seu povo e na história das nações pagãs. Os reis da terra são apenas
instrumentos em suas mãos para cumprir o seu propósito na vida do seu povo.
Fonte: Hernandes Dias Lopes
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segunda-feira, 21 de maio de 2012
A fidelidade de Deus e a infidelidade de seu povo | Hernandes Dias Lopes
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